BILBIOTECA DIGITILE: AZULEJARIA E CERÂMICA ONLINE

O PROJETO

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CRIAÇÃO DE UMA BIBLIOTECA DIGITAL DEDICADA À DISPONIBILIZAÇÃO DE FONTES DOCUMENTAIS E ESTUDOS SOBRE AZULEJARIA E CERÂMICA

OBJETIVOS

O projeto Biblioteca DigiTile – Azulejaria e Cerâmica on Line, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (PTDC/EAT-EAT/1173154/2010), tem como objetivo a criação de uma biblioteca digital dedicada à disponibilização de fontes documentais e estudos sobre Azulejaria e Cerâmica. É uma iniciativa conjunta do Artis - Instituto de História de Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e da Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian. Conta ainda com a participação do Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, do Centro de História de Aquém e Além-Mar da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e da Universidade dos Açores e, por último, do Institut National d’Histoire de l’Art (Paris).

Genericamente, este projeto compreende duas componentes:

  • A investigação, a publicação e a disseminação de estudos sobre azulejaria e cerâmica, tendo por base a informação produzida por João Miguel dos Santos Simões (1907-1972), historiador e investigador que procedeu à inventariação sistemática do património azulejar português em Portugal e no Brasil;
  • A organização, preservação, tratamento bibliográfico, digitalização e respetiva disponibilização de coleções documentais sobre azulejaria.

A divulgação da informação resultante do projeto será feita mediante a criação de uma biblioteca digital dedicada à disponibilização de estudos e coleções de Azulejaria e Cerâmica. A criação desta ferramenta digital nasce da necessidade de estudar, publicar e disseminar os estudos inéditos, complementares à obra Azulejaria em Portugal da autoria de João Miguel dos Santos Simões, constantes da parte do seu espólio existente na Biblioteca de Arte e que importa agora trazer à luz da comunidade científica, considerando o desenvolvimento e crescimento da História da Arte nos últimos anos.

O ESTADO DA ARTE

SOBRE OS ESTUDOS DE AZULEJARIA EM PORTUGAL


Os estudos sobre azulejos e cerâmica chamaram a atenção de investigadores e estudiosos independentes desde o século XIX. José Queirós (1856-1920), Vergílio Correia (1888-1944) e Reynaldo dos Santos (1880-1970) desempenharam um importante papel, já que foram os principais responsáveis pela primeira pesquisa documental e identificação de obras e artistas, integrando-as no contexto mais amplo da arte portuguesa. Na década de 1950, João Miguel dos Santos Simões destacou-se neste quadro, desenvolvendo um inventário crítico sistemático e uma profunda reavaliação dos azulejos e cerâmica, tanto em Portugal como no estrangeiro, principalmente do XV ao século XVIII. Envolveu-se igualmente no estudo da relação entre a azulejaria e outras artes, tais como Arquitetura, a Talha e as Artes Decorativas, e ainda na investigação de temáticas como a heráldica, a gramática ornamental ou a iconografia.

Após sua morte, em 1972, o Museu Nacional do Azulejo (MNAz), bem como alguns estudiosos independentes, continuaram o trabalho deixado por este investigador, do qual resultou a publicação de vários catálogos de exposições e monografias sobre azulejos e cerâmica.

Nos últimos anos, os estudos sobre azulejaria conheceram dinamismo considerável com a produção de teses académicas e projetos de investigação na área da História da Arte e das Ciências Exatas, financiados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, do qual resultaram estudos, artigos e livros, bem como encontros de caráter científico nacionais e internacionais.

DISPONIBILIZAÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO INÉDITA

O PROJETO E A DIGITILE

Autor de vasta obra redigida em inglês, francês e holandês, Santos Simões é considerado um dos maiores investigadores da azulejaria e cerâmica, tendo realizado o seu inventário e estudo não só em Portugal (incluindo Açores e Madeira), mas também no Brasil. Em paralelo, publicou diversos estudos sobre a azulejaria holandesa, bem como vários ensaios de que se destacam os dedicados às terracotas vidradas da oficina Della Robbia ou às porcelanas Médici. Santos Simões desempenha assim o papel de um dos maiores especialistas de referência internacional na área e o principal responsável pela divulgação da azulejaria enquanto marca identitária da cultura portuguesa no mundo.

Dos oito ensaios complementares que constam da coleção existente na Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian, seis foram eleitos como objeto de estudo deste projeto : Iconografia olisiponense em azulejo; Registos devocionais em azulejo; Frontais de altar em azulejo; Azulejos armoriados; Gramática ornamental de azulejaria portuguesa e o Manual de azulejaria e cerâmica. Todo este conjunto é constituído por textos manuscritos e dactilografados, nos quais o autor apresenta uma reflexão acompanhada de inventários de obras, documentação, fotografias e desenhos, tudo organizado de forma a constituir uma série de publicações temáticas.

Do ponto de vista da História da Arte, este projeto permitiu não só trazer à luz do dia documentação inédita de um dos maiores especialistas da azulejaria portuguesa, mas também novas análises e perspetivas de investigadores com base no legado de Santos Simões.

Do ponto de vista da Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian, enquanto detentora do Coleção Santos Simões, este projeto permitiu, conforme referido, a organização e preservação a longo prazo das coleções, o seu tratamento bibliográfico, digitalização e respetiva disponibilização, o que vai ao encontro da sua missão fundamental de apoiar a investigação em artes visuais, história de arte e arquitetura.



Em termos de conteúdos a biblioteca Digitile é constituída por:

COLEÇÃO SANTOS SIMÕES

A coleção Santos Simões, parte do vasto conjunto de coleções especiais da Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian, é composta pelos seguintes núcleos:

  1. Imagens de azulejaria, constituído por 5.471 imagens digitais de fotografias de azulejo produzidas no âmbito da criação do Corpus da Azulejaria Portuguesa;
  2. Desenhos de azulejaria, composto de 972 imagens digitais de desenhos de padrões de azulejo da autoria de Emílio Guerra de Oliveira, produzidos no âmbito da criação do Corpus da Azulejaria Portuguesa;
  3. Fichas de azulejos, composto por 9.398 imagens digitais (2.994 fichas) das fichas de registo de informação resultado da investigação realizada pela Brigada de Estudos de Azulejaria para a produção do Corpus da Azulejaria Portuguesa;
  4. Um conjunto de documentos diversos da autoria de João Miguel dos Santos Simões que resultaram das suas investigações conducentes à publicação, quer do Corpus da Azulejaria portuguesa, quer das monografias complementares a esse corpus, quer ainda das conferências sobre azulejaria que foi dando em Portugal e no estrangeiro.

RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO

Conjunto de estudos que resultam da investigação realizada no âmbito deste projeto.


Para além destas coleções, a biblioteca digital desenvolverá uma estratégia de crescimento dos seus conteúdos que passa pelo aumento, quer das fontes primárias disponíveis, quer de estudos que se venham a realizar pela comunidade científica. Em termos de fontes primárias, encontra-se já prevista a disponibilização, num futuro próximo, das seguintes coleções fotográficas: Azulejaria do Distrito de Portalegre, Azulejaria de Autores, Azulejaria de Lisboa, Figuras de convite na azulejaria do século XVIII.

«Continuarei com os meus esforços de análise, dissecando, até onde poder, os elementos constitutivos dos problemas. Decantarei os resultados, filtrarei o que ficar e procurarei tirar do precipitado as conclusões que me permitam fazer a síntese. É meu plano atacar o problema em separado, publicar possivelmente monografias ou artigos de pura análise crítica, e alguns tenho entre mãos para oportuna publicação.»

SANTOS SIMÕES

A EQUIPA

INVESTIGADORES


Investigadores

  • Susana Maria Munhá Antunes Calado Varela Flor (Investigador Responsável)
  • Álvaro Manuel Parreira da Rocha Tição
  • Ana Isabel Zany Pampulim Martins Caldeira da Cruz
  • Ana Paula Gonçalves Gordo
  • António Miranda
  • Céline Ventura Teixeira
  • Cristina Maria Malheiros da Silva Carvalho
  • Eunice Maria Guedes da Silva Pinto
  • Fernando M. Peixoto Lopes
  • Hanna Pieta-Cândido
  • Inês Wijnehorst Santos
  • Jorge Manuel Bompastor Mota de Resende
  • José Joaquim Salvador Santos Meco
  • Margarida Almeida Bastos
  • Maria Catarina Valente Figueiredo
  • Maria Constança Margarida de Palma Mendonça da Costa Rosa
  • Marta Tamagnini Mendes
  • Miguel Metelo de Seixas
  • Paulo R. Henriques
  • Paulo Jorge de Oliveira Leitão
  • Pedro Eugénio Dias Ferreira de Almeida Flor
  • Teresa Pimenta Peralta
  • Vítor Manuel Guimarães Veríssimo Serrão

Colaboradores

  • Celso Mangucci
  • Cristina Ramos e Horta
  • Emílio Guerra de Oliveira
  • Giuseppina Raggi
  • Inês Pinto
  • Johan Kammermans
  • Maria Teresa Bispo
  • Sílvia Maria Cabrita Nogueira Amaral da Silva Ferreira

    Consultores

  • Alfonso Pleguezuelo Hernández
  • Ana Paula Rebelo Correia
  • John David Elliott
  • Maria Manuela Borges
  • Maria João Pereira Coutinho

Núcleo de Projectos e Candidaturas/ Divisão de Gestão Financeira e Patrimonial da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

  • Paulo Farmhouse Alberto
  • Helena Mendes
  • Márcia Lameirinhas
  • João Pereira
  • Mónica Robalo
  • Isabel Martins Salgado
  • Cláudia Janardo Gonçalves
  • Cláudia Gomes

ORGANIZAÇÕES ENVOLVIDAS

INSTITUIÇÕES


INSTITUIÇÃO PROPONENTE


Universidade de Lisboa. Faculdade de Letras. Instituto de História de Arte

O Instituto de História da Arte visa oferecer um ensino moderno da História da Arte, numa perspetiva globalizante e integrada, estimulado por uma sólida base de I&D ao serviço do conhecimento da conceção, produção e usufruto da Obra de Arte e da sua salvaguarda.

Criado nos anos 50, o IHA veio agregar a investigação e o ensino da História da Arte no seio da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. A formação oferecida foi gradualmente evoluindo desde as duas disciplinas opcionais (História da Arte Geral e História da Arte Portuguesa e Ultramarina), a uma pré-especialização em História da Arte, a que se seguiu a criação de uma Variante de História da Arte do Curso de História e, mais recentemente, a uma Licenciatura em História da Arte, correspondendo ao 1ºciclo de estudos. A continuidade é assegurada por um 2º ciclo de estudos que confere o grau de Mestre em Arte, Património e Teoria do Restauro, ao qual se segue um curso de Doutoramento com dois ramos de especialidade, respetivamente, em História da Arte e em Ciências do Património e Teoria do Restauro. A formação sólida nesta área do saber é assegurada por um corpo docente especializado e empenhado na I&D, procurando responder aos desafios da atual sociedade.

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INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES


Fundação Calouste Gulbenkian. Biblioteca de Arte

A Biblioteca de Arte, constituída em 1968, é hoje considerada pela comunidade científica como a mais completa e importante do país na sua área. Sendo especializada e de investigação, está especialmente vocacionada para servir públicos com atividades artísticas, críticas, didáticas ou académicas, principalmente interessadas nos domínios da Arquitetura e Artes Visuais.

Todos os serviços que têm vindo a ser desenvolvidos e os recursos que estão à sua guarda destinam-se a dar suporte tanto a atividades individuais como institucionais, assumindo especial relevo a contribuição para a realização de iniciativas culturais como a publicação de estudos e a apresentação de exposições. Ainda nesse contexto, a Biblioteca cumpre funções práticas de gestão centralizada de um património documental diversificado, não exclusivo das áreas artísticas, incluindo o tratamento biblioteconómico e a conservação de todas as publicações produzidas e apoiadas pela Fundação.

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Universidade Nova de Lisboa. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Instituto de História de Arte

IHA é uma Unidade de I&D acolhida pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH/NOVA) e membro integrado da rede internacional de Unidades de Investigação em História da Arte (RIHA). Edita a “Revista de História da Arte”, periódico científico com dupla arbitragem cega, e integra 42 investigadores doutorados que se dedicam ao estudo da história da arte no mais amplo espectro cronológico (Antiguidade, Idade Média, Moderna e Contemporânea). Além disso, o IHA adopta perspectivas multidisciplinares sobre a História da Arte, considerando as temáticas da Museologia, Património, Urbanismo e Teoria da Arte.

A sua principal missão é o desenvolvimento da investigação em História da Arte em Portugal e a sua projeção internacional. A investigação abrange as diversas áreas cronológicas e temáticas da História da Arte, bem como domínios de investigação relacionados, por exemplo, a Museologia, as Ciências do Património, a produção artística atual e a sua documentação e conservação. Esta atividade científica é conduzida por um conjunto de oito linhas de investigação, cada uma delas dirigida por um coordenador científico: Arte Clássica e Antiguidade Tardia, Arte Medieval. Arte da Idade Moderna, Estudos de Arte Contemporânea, Teoria e práticas disciplinares em História da Arte, Estudos de Museus, Estudos sobre Lisboa e Artes Decorativas.

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Universidade Nova de Lisboa. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Instituto de História de Aquém e Além Mar e Universidade dos Açores




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Institut national d'histoire de l'art - Paris




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APOIO


Fundação para a Ciência e a Tecnologia




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